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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Essa força do futebol capaz de unir um povo em torno de um único objectivo


A realização do CAN de 2010, que implicou um esforço considerável de investimento em infra-estruturas, nomeadamente na construção de novos estádios, foi uma aposta forte do governo de Angola não apenas por ser um acontecimento desportivo relevante, mas também por ser um evento sócio-cultural envolvente, uma oportunidade para nos unirmos em torno de um único objectivo, e uma excelente oportunidade para afirmarmos Angola, perante o mundo, como uma nação moderna e empreendedora, capaz de enfrentar e vencer grandes desafios. Esta é a dimensão do futebol, que ao longo dos tempos tem vindo a demonstrar que joga um papel importante na introspecção de valores, e o seu contributo para a construção de um mundo mais solidário.
Para além dos dirigentes e atletas das selecções envolvidas, Angola acolhe milhares de adeptos, vindos de vários países e de diversas culturas africanas, e também do resto do mundo. Na realidade, na sua essência, o futebol é uma festa dos povos, um “choque” de culturas, uma ocasião fantástica para afirmarmos a nossa condição de país hospitaleiro, aberto à colaboração com outras nações, que acolhe, dialoga e que partilha.
Os jogos do Campeonato Africano das Nações, Orange Angola 2010 têm oferecido, além do espectáculo dos atletas das respectivas selecções que participam na prova, alguns deles dos melhores do mundo, a beleza ímpar dos estádios, das cantorias, das manifestações de diversas culturas e das bandeiras desfraldadas.
A cerimónia de abertura, já considerada pelos quatro cantos do mundo como ao nível das melhores cerimónias já realizadas, o estádio cheio para galvanizar a selecção de todos nós, a festa nas várias artérias de todo o país, a multidão enchida de orgulho pelas cores que defende.
É de facto impressionante a enorme força do futebol para catalisar as massas, unindo as mais diferentes classes sociais num grito em uníssono pelas suas equipas. Esse desporto mediático que suscita paixões incontroláveis e que se tornou um dos fenómenos sociais mais marcantes do nosso tempo.
Essa força do desporto que por vezes é utilizada a favor da pacificação de sociedades que, durante 90 minutos, esquecem tudo e todos e mergulham num imenso mar de emoções, qual utopia, como se o que realmente importasse estivesse concentrado em meras quatro linhas. Esse futebol que é hoje um veículo formidável para unir os povos, promover a auto estima e a inclusão social.
Como é bonito, e também serve de exemplo para alguns que insistem em não perder o fato e a gravata mesmo nestas situações, ver o Chefe de Estado desprovido de preconceitos e completamente inundado pelo espírito de simples adepto. O rosto de alívio quando o Carlos defende a bola, a imagem de desalento quando o Manucho remata, mas a bola não entra, o orgulho quando o Mantorras entra em campo, o sofrimento pela lesão de Gilberto ou o salto de alegria pelos golos de Flávio.
Esta é a força do futebol que insiste em não pactuar com injustiças ou diferenças sociais, e chuta para fora todos os aspectos insignificantes (que não vale a pena fazer referência) com os quais convivemos diariamente.

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