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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

OS LESA-A-PÁTRIA

Artigo de Opinião por: António Tavares

Não se pode continuar a oferecer à este espezinhado povo, a horribilidade de uma governação semelhante àquela que se apregoa savimbista, cuja inapagável lembrança é, a destruição das casas do povo, lá nos quimbos e aldeias. Mas, como a desgraça não só, lá estava uma odiosa mortualha a complementar. Em Benguela, meus senhores, só nos falta a mortualha, que tal odiosa vontade até não faltará ao homem que deixa construir, para depois partir, ele mesmo a comandar, barriga para a frente e mãos no viongo, com aquele cínico sorriso triunfante, que sé seu. E que, quando quer dar nas vistas, sem se dar conta do caricato, sai à rua e vira plagiador das obras de GRN, que todos sabem que são de âmbito nacional. Como fiscal, também não pega, a gente já sabe que é com as Obras Públicas; "sai só dessa, estão te rir". Este tradicional que antes apregoava que a terra era do povo e que a todos caberia por direito um tecto, que antes lhe fora sempre negado pelo colonialismo, agora só legaliza terras aos estrangeiros, só o tal sorriso e o tal abraço ao gringo, não vale a pena, sim senhor, parece cresceram juntos. Uéé, o muadié já se deu conta que não quer ser mais marxista-leninista, se algum dia o foi, agora também gosta de ser milionário, ter carros e luxo, mulheres sem panos nem quimones, carapinhas, nada; roupas de costureiros famosos, sim; com ourivesaria ambulante, sim; com cueca nem pensar, tanguinha sim. Até uma fire-lancer cujo nome começa por "C" é que entra nas jogatinas, para que de seu, não apareça senão a assinatura no documento final. Depois, é mesmo aquele depois daquilo, que depois a gente conhece. Autorizar por despacho requerimenteiro a ocupação do espaço frente aos bares, para esplanadas, também só mesmo aos estranjas, ao nacional nem pensar. Até faz lembrar o desabafo de um autóctone, quando dizia: - "É mesmo muito azar, um gajo já é angolano e ainda por cima é pobre". É verdade, com este tipo de dirigente e ainda mais, a vender a pátria, não se vai a lado algum, a não ser que se tenha de enveredar por caminhos espinhosos. Talvez não, com a anunciada TOLERÂNCIA ZERO, e com sangue novo na guelra da mocidade que ora ingressa, em substituição dos que, recentemente licenciados partem para a reforma, pode ser uma nova esperança. Mas, diga-se mesmo em abono duma verdade crua, nua e que se quer bem cuspida: -os encarunchados só andaram mesmo é a roubar o lugar o lugar aos jovens, lá na Universidade, não foi mesmo?

Bom tempos, os do marxismo-leninismo, quando os dirigentes usavam, quer dizer, tinham de usar da melhor simpatia para com o zé-povinho, alguns, ou quase todos, por etiqueta. Pois, sabiam que ao contrário, corriam o sério risco de serem apontados por milhentos dedos, ousando ter de ouvir os habituais cochichos, tais como: -"Nhõ! Caiu". "Carrancudo e convencido". "Parecia tinha o rei na barriga". Agora anda a pé, futuramente vai connosco para as bichas, marcar lá lugar com pedra de calçada, cartão da loja do dirigente acabou e a segunda quando soube foi embora, vão começar os emagrecimentos, até o batente dela também vai emagrecer. Vinho DÃO e CASAL GARCIA, nunca mais, há que voltar ao Angola ou ao Boapinga e, para quebrar o enguiço: - "é para temperos"… a gente sabe. As pernas de boi ou de vaca fornecidas semanalmente pelo África Têxtil, já eram. Novamente o disfarce: - "o médico mandou-me só comer peixe sem escama, estava com excesso de peso". Huó, olhem só os sorrisos de esguelha! Uáá… virou povo!...

Valeu mesmo, valeu. Não fosse mesmo a vinda de Sua Excelência à Benguela, no passado mês de Setembro para inaugurar a opulenta ponte da Catumbela, onde só os sob as sentiram o calor do seu aperto de mão, os restantes, bem que se aproximaram, mas nicles. Reuniu-se de imediato com o General, a quem terá puxado nos colarinhos e deixado o ríspido recado de não querer mais ouvir dizer que o seu eleitorado de Benguela está revoltado com o esbulhar das suas terras e que a pá carregadora não mais bote ao chão uma cubata que seja... Cumpra-se. Ponto final, travessão e mudar de linha. "FORÇA AGULHEIRO".

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